Brincar na escola é coisa séria e pode transformar o currículo

30 de outubro de 2025


Em poucas palavras: na escola, é comum ouvir que a hora de brincar vem “depois da lição”. Mas e se fosse o contrário? E se o brincar fosse a própria lição, o caminho e o conteúdo ao mesmo tempo?

Brincar é aprender com o corpo inteiro

Quando uma criança monta uma torre, inventa uma história ou brinca de faz de conta, está exercitando raciocínio lógico, linguagem, coordenação motora e empatia. É um aprendizado que não se separa em áreas, ele é simultaneamente cognitivo, social e emocional.

Jean Piaget via o jogo como o lugar onde o pensamento simbólico se forma; Vygotsky mostrava que, no faz de conta, a criança antecipa papéis e elabora regras internas; Winnicott dizia que é brincando que ela descobre o que é real e o que é possível. Em todos os casos, o brincar é o ensaio da vida.

Na coleção Brincando com, da Editora do Brasil, essa perspectiva ganha forma prática. Os materiais propõem que o aprendizado parta da experiência lúdica — jogos, histórias, desafios e explorações — que estimulam tanto o conteúdo acadêmico quanto o desenvolvimento socioemocional. A criança aprende Matemática, Ciências e Língua Portuguesa enquanto exercita empatia, solidariedade, autoconhecimento e criatividade. Ou seja: aprende com o corpo inteiro.

Da brincadeira à intencionalidade pedagógica

Assumir o brincar como eixo do currículo não significa “deixar brincar livremente o tempo todo”, mas compreender o valor pedagógico da brincadeira.

O professor planeja ambientes e provocações — materiais, histórias, situações — que convidam à ação e à reflexão. Ele observa, registra e transforma o jogo em diagnóstico: ‘o que as crianças já sabem? O que estão tentando descobrir? Que desafios podem ser propostos a partir disso?’.

O brincar é também uma poderosa ferramenta de avaliação formativa. Ao observar as interações, o educador identifica competências, dificuldades e interesses, transformando cada brincadeira em ponto de partida para novas aprendizagens.

O brincar como eixo do currículo

A BNCC reconhece o brincar como um dos seis direitos de aprendizagem da Educação Infantil. Mas o desafio vai além de garantir “tempo de brincar”, é preciso construir uma escola que pense brincando.

Uma escola em que o projeto pedagógico incorpora o jogo como linguagem e metodologia; em que o erro é parte do processo; em que o quintal, o pátio e a sala são espaços de pesquisa; e em que a curiosidade é motor do conhecimento.

O brincar, quando vivido com intencionalidade e respeito à infância, aproxima a escola da vida. E, ao mesmo tempo, ensina os adultos a reaprender com o olhar das crianças — um olhar que pergunta, experimenta e se encanta.

5 formas de colocar o brincar no centro da rotina escolar

  1. Planejar com base na experiência: transformar as brincadeiras em pontos de partida para novas investigações.
  2. Criar ambientes provocadores: salas organizadas com materiais acessíveis, espaços de faz de conta, objetos do cotidiano.
  3. Observar e registrar: usar o brincar como ferramenta de avaliação qualitativa, não apenas de observação recreativa.
  4. Valorizar a cultura infantil: incluir jogos tradicionais, cantigas e criações próprias das crianças.
  5. Conectar família e escola: incentivar brincadeiras em casa, mostrando às famílias que o brincar é parte essencial da aprendizagem.

Brincar é o verbo da infância e da educação

Se a escola ensina a ler o mundo, é brincando que a criança escreve suas primeiras frases sobre ele.  A pedagogia do brincar nos convida a reencantar o currículo, a ensinar com leveza e propósito. Porque uma escola que brinca é uma escola que aprende e que ensina que aprender pode, sim, ser um gesto de alegria.

Perguntas frequentes (FAQ)

O que é pedagogia do brincar?

É a abordagem que reconhece o brincar como linguagem central da infância e eixo do processo de aprendizagem.

Por que o brincar é tão importante na escola?

Porque desenvolve, de forma integrada, as dimensões cognitivas, motoras, emocionais e sociais, formando crianças autônomas e criativas.

Como o professor pode planejar com base no brincar?

Observando as brincadeiras, propondo desafios e transformando cada experiência lúdica em oportunidade de reflexão e descoberta.

O brincar é apenas um momento livre?

Não. É também um espaço de intencionalidade pedagógica, no qual o educador atua como mediador do desenvolvimento infantil.

A coleção Brincando com trabalha essa abordagem?

Sim. Ela articula o brincar e o aprender, estimulando competências acadêmicas e socioemocionais conforme a BNCC.

Editora do Brasil S/A
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