Como aproveitar as férias de julho para renovar sua prática?
15 de julho de 2025
“Você vai descansar ou se preparar para recomeçar?”. Essa pergunta, que poderia soar como cobrança, é na verdade uma porta aberta. As férias de julho na escola chegam carregadas de ambivalência: alívio e exaustão, liberdade e expectativa, silêncio e planejamento. Mas talvez o mais importante seja entender que julho não é só uma pausa no calendário, é uma chance de olhar para dentro da prática pedagógica com o cuidado que ela merece.
Descanso que ensina, silêncio que planeja
Há quem veja o recesso como tempo ocioso, mas os professores sabem: parar também é uma forma de avançar. O descanso, quando respeitado, se transforma em potência. E quando a mente respira, nasce o espaço para novas perguntas: o que eu aprendi neste semestre? O que meus estudantes precisam agora? Qual é a próxima semente a ser plantada?
Em meio a esse intervalo fértil, a formação continuada pode acontecer com mais leveza. A plataforma Educa Brasil, da Editora do Brasil, oferece cursos gratuitos, com certificação, que contemplam Educação Infantil, Anos Iniciais, Anos Finais, Ensino Médio e Gestão Escolar, todos alinhados à BNCC. Já o AVAMEC, do MEC, é um ambiente formativo com certificações acessíveis e conteúdo diverso, da alfabetização às tecnologias educacionais.
Esses momentos formativos não precisam ser vividos como obrigações. Ao contrário: quando livres da pressão, tornam-se descobertas. Muitas vezes, é no improviso de uma leitura ou no fluxo espontâneo de uma aula que a teoria encontra corpo.
Planejar o próximo capítulo com intenção
Fazer um bom planejamento escolar para o segundo semestre vai além de revisar conteúdos. Exige escuta. O que sua turma aprendeu? O que ela sentiu? Há respostas nas entrelinhas dos cadernos, nas ausências marcadas, nos silêncios em sala. Retomar registros, rever objetivos, pensar práticas com mais intencionalidade, tudo isso ganha sentido quando parte da realidade vivida.
Datas comemorativas, como o Dia do Estudante (11/08), o Dia do Folclore (22/08), o Dia da Consciência Negra (20/11) e o início da Primavera (22/09), podem servir como fios condutores de projetos interdisciplinares. O currículo se torna mais vivo quando encontra, nessas efemérides, brechas para afetar e ser afetado.
Na Loja Virtual da Editora do Brasil, é possível encontrar títulos que se conectam com essas datas de forma sensível e instigante. Para o Dia do Estudante, o livro Minha Vida Não É Cor-de-Rosa apresenta a trajetória de uma adolescente sensível que enfrenta dilemas familiares, escolares e pessoais enquanto descobre a potência da escuta, do diálogo e da mobilização. A obra trata de temas como feminismo, estereótipos e direitos humanos com delicadeza e profundidade.
No contexto do Dia do Folclore, duas sugestões dialogam diretamente com a riqueza das tradições brasileiras. Em Hary e Karimã – Os Bons Velhinhos da Floresta, o autor Yaguarê Yamã nos apresenta uma lenda do povo sateré mawé, que convida os leitores a revisitarem suas raízes culturais. Já Lendas Indígenas, de Antoracy Tortolero Araujo, reúne histórias de diversas etnias que explicam, com imaginação e sabedoria ancestral, fenômenos naturais e a origem de elementos do mundo.
Para o Dia da Consciência Negra, o livro Racista, Eu? – Afrobrasilidades e a Luta Antirracista propõe um debate atual e necessário sobre o racismo estrutural e o papel da escola na construção de uma educação verdadeiramente antirracista. Com uma abordagem clara e reflexiva, a obra é ideal para promover rodas de conversa e projetos críticos com estudantes. Complementando essa reflexão, Maioria Minoria provoca questionamentos sobre quem ocupa quais espaços na sociedade, explorando desigualdades com inteligência e sensibilidade.
E para celebrar a chegada da Primavera, o livro A Brisa e a Flor narra a história de uma florzinha que, insatisfeita com sua condição, decide se transformar. Acompanhando seu percurso de autoconhecimento e superação, os leitores são convidados a refletir sobre perseverança, liberdade e a beleza das transformações.
E por falar em cuidado, julho também pode ser um bom momento para reorganizar o espaço pedagógico. Trocar o lugar das mesas, criar um canto de escuta, preparar mensagens de boas-vindas: esses gestos dizem, sem palavras, que o professor está presente, atento, disponível. O recomeço é mais acolhedor quando o ambiente fala a mesma linguagem.
Julho é esse espaço entre o que foi e o que será. E você, educador, pode escrever nele uma pausa com propósito. Você pode, e deve, descansar. Mas que tal também semear?