Como usar mapas para ensinar sobre migração?
14 de maio de 2025
Quando falamos de migração, estamos falando de movimento. Pessoas que mudam de lugar, por diferentes motivos e em diferentes contextos, fazem parte de uma realidade global que impacta sociedades, culturas, economias e modos de vida. Mas como abordar esse tema em sala de aula de forma acessível, engajadora e com apoio visual?
Usar mapas é uma das formas mais eficazes de ensinar sobre migração, pois permite visualizar fluxos migratórios, compreender seus impactos e identificar padrões históricos e atuais. Neste artigo, reunimos ideias para trabalhar o conceito de migração, os tipos de migrações e o uso do mapa de migração no Brasil com estudantes, de modo contextualizado e criativo.
O que é migração e por que ensinar esse conceito?
A migração é o deslocamento de indivíduos ou grupos de um lugar para outro, com a intenção de se estabelecer temporária ou permanentemente. Esse movimento pode ocorrer dentro do próprio país (migração interna) ou entre países (migração internacional).
Um ponto importante a ser esclarecido com os alunos é a diferença entre os termos migração, imigração e emigração. Migração é o termo mais geral, que se refere ao deslocamento em si. Já imigração se refere à chegada de pessoas em um novo território, enquanto a emigração diz respeito à saída de pessoas de seu local de origem. Explicar essa relação ajuda os estudantes a compreenderem como os fluxos migratórios são percebidos de maneiras distintas conforme o ponto de vista adotado.
Ensinar sobre migração ajuda a formar uma consciência crítica sobre desigualdades sociais, xenofobia, mudanças climáticas e direitos humanos, temas importantes no currículo da Geografia e nas práticas de cidadania.
Quais são os principais tipos de migrações?
Mapas e gráficos podem ser grandes aliados para explicar os diferentes tipos de migrações. É possível usar exemplos práticos e comparativos, como:
- Migração interna rural-urbana: pessoas que deixam o campo para viver nas cidades.
- Migração urbana-urbana: entre cidades diferentes.
- Migração sazonal: ligada a períodos do ano, como colheitas ou festas.
- Migração forçada: resultado de guerras, perseguições ou desastres ambientais.
- Migração internacional voluntária: busca de melhores condições de vida, estudo ou trabalho em outro país.
Essas categorias ganham mais clareza quando os estudantes podem visualizá-las em mapas e esquemas, entendendo para onde as pessoas vão, de onde vêm e por quê.
Como trabalhar com mapas para ensinar migração?
A cartografia escolar oferece uma abordagem visual que facilita o entendimento dos deslocamentos populacionais. A dica é propor atividades que envolvam interpretação de mapas temáticos, produção de cartografias afetivas e comparação de fluxos migratórios ao longo do tempo.
Algumas sugestões práticas:
- Mapa dos sonhos migratórios: os alunos criam um mapa indicando para onde gostariam de se mudar e explicam seus motivos. A proposta desenvolve empatia e aproxima o tema da realidade da turma.
- Fluxos migratórios históricos: análise de mapas históricos com rotas migratórias, como o deslocamento de africanos escravizados ou a imigração europeia para o Brasil.
- Cartografias da imigração: o acervo do Museu da Cidade de São Paulo traz exemplos valiosos sobre as contribuições culturais de diferentes povos no centro da capital, o que pode ser explorado em aulas interdisciplinares.
Dicas para enriquecer a aula com recursos acessíveis
Você não precisa de recursos tecnológicos avançados para aplicar essas atividades. Cartolinas, lápis de cor e imagens impressas já são suficientes para criar experiências de aprendizagem significativas.
Outra dica é promover rodas de conversa sobre histórias de migração da comunidade escolar. Estudantes que migraram de outras cidades ou países podem compartilhar suas vivências, conectando o conteúdo à realidade do grupo.
Indicações da Editora do Brasil para aprofundar o tema
Para ampliar o repertório e trazer a temática da migração para o universo literário e interdisciplinar, a Editora do Brasil oferece obras que tratam do tema com sensibilidade e profundidade. Confira:
- Em movimento – Narrativas visuais e poéticas sobre deslocamentos e identidades.
- Ilegais – Uma história sobre migração internacional voluntária e juventude em busca de esperança.
- Layla, a menina síria – O drama da guerra e da migração contados sob o olhar de uma criança.
- O Haiti de Jean – Um retrato da imigração haitiana no Brasil e os desafios de adaptação.
- Malaika: força do Congo – Uma história que mistura tradição e atualidade no contexto da migração africana.
- Contos de amor dos cinco continentes – Diversas culturas se encontram em histórias que ultrapassam fronteiras.
- Série Brasil Geografia – Volume único: promove o estudo das relações entre natureza e sociedade, a produção do espaço geográfico e o uso da cartografia, com forte articulação entre o global e o local. É uma excelente base para discutir fluxos migratórios e suas implicações sociais e territoriais.
- Geo – Território, Região e Espaço Brasileiro – 7º ano: trata diretamente da população brasileira e de suas características demográficas, além de propor um estudo detalhado sobre as grandes regiões do país, articulando os conceitos de território, paisagem, região, população e espaço geográfico.
- Amplitude Geografia: oferece uma organização clara dos capítulos e uma abordagem em espiral dos conteúdos, com seções e atividades que permitem ao professor adaptar o ensino ao ritmo da turma. O novo mapa do relevo do Brasil e os estudos sobre domínios fitoclimáticos favorecem uma visão integrada das paisagens brasileiras, facilitando a compreensão dos deslocamentos populacionais no território.
Essas obras podem ser integradas às atividades propostas, enriquecendo a discussão com novas linguagens e abrindo espaço para o diálogo entre Geografia, História e Literatura.