Ensino integrado: conhecimento construído entre aluno e professor

16 de junho de 2025

Entenda como a experiência de sala de aula pode ser mais enriquecedora a partir da autonomia e da imersão coletiva.

Por Maria Helena Webster, Auber Bettinelli, Camila Bomfim, Dafne Michellepis e Stella Ramos.

O modelo pedagógico de ensino que conhecemos sofreu diversas mudanças ao longo dos anos. Atualmente, a vivência em sala de aula busca estimular a autonomia e o pensamento crítico. Dessa forma, o que antes seguia métodos preestabelecidos para se chegar a um único objetivo, hoje abre caminho para diferentes possibilidades.

Escuta ativa: como potencializar a relação aluno-professor

No ensino-aprendizagem, é preciso ter em mente que o processo é uma via de mão dupla, em que professores e alunos trocam de papel frequentemente. Assim, ao possibilitar que os conhecimentos sejam construídos em conjunto entre o aluno e o professor pela escuta ativa, é possível levar a experiência para além da sala de aula, onde todos os envolvidos nesse percurso consigam aprender juntos.

Para Maria Helena Webster, autora e coordenadora editorial da Editora do Brasil, é necessário possibilitar ao estudante a participação ativa em todo o método de ensino em conjunto com o professor. “Resultante de um planejamento pedagógico permeável ao que emerge da própria experiência coletiva em sala de aula, esse processo é iniciado com a escuta de como os estudantes percebem e se posicionam em relação ao que é proposto. Essa ação rompe com o hábito de operar com um planejamento definido, impondo um único caminho de aprendizagem, sem abertura para o diálogo sobre esse percurso, que precisa ser trilhado em parceria”.

Em outras palavras, precisamos substituir aos poucos a relação dominante entre professor e aluno pela troca de experiências e conhecimentos, para que se construa uma aprendizagem sólida, por meio da dinâmica das relações entre esses dois atores.

Nesse sentido, é preciso levar em conta os repertórios e experiências de cada estudante, para que seja possível aproximar o tema proposto no material didático à realidade dele. É papel do professor conseguir identificar aproximações ou contrapontos com o cotidiano da escola e comunidade, contribuindo para todo o processo de aprendizagem.

Vamos pensar nessa ideia de pluralidade a partir de uma intervenção artística: a sequência de fotos que configura a obra “Sala de Aula”, da artista visual Renata Lucas, pode ser interpretada, por alguns, como uma série de fotografias que mostra uma ideia poética. Para outros, as imagens fotográficas são apenas registros de uma ideia que acontece em cinco momentos diferentes. Onde queremos chegar com isso? Mostrar que é possível ter mais de uma interpretação sobre um mesmo trabalho. Portanto, não há certo ou errado para as duas formas de interpretar.

Educador: por onde começar?

O primeiro passo é implementar estratégias metodológicas e pensar em resultados tanto a médio quanto a longo prazo. Afinal, todo tipo de relacionamento interpessoal envolve diversos aspectos que devem ser considerados e aplicados diariamente.

Tanto docentes quanto discentes devem se sentir à vontade para se expressar no ambiente escolar. Todas as ideias devem ser ouvidas, ponderadas e debatidas igualmente.

Quer entender melhor as estratégias que você pode adotar para estabelecer conexões autênticas entre aluno e professor? Leia o nosso artigo sobre o assunto!

Sobre os autores

Autores de livros didáticos, especialistas no ensino de Arte em áreas como Dança, Teatro, Artes Visuais e Música. Atuam no desenvolvimento de oficinas, cursos, intervenções artísticas, entre outros materiais pedagógicos, além de projetos de formação para educadores. Conheça também a obra Interação Arte, com participação dos autores, aprovada no PNLD 2026 Ensino Médio. Baixe a obra na íntegra no site: https://pnldensinomedio.editoradobrasil.com.br/livro-didatico/arte-sempre/